Bom, não sei se todas sabem, mas meu casamento foi realizado em um chácara, em campo aberto, sem tendas. No dia anterior o Sol estava a pino, e a noite estava muito gostosa, porém no dia do meu casamento um pouco antes do almoço o tempo começou a fechar e logo depois chover. O Buffet dispunha de um salão caso estivesse chovendo para a realização da cerimônia, mas, sinceramente eu ficaria muito decepcionada caso fosse necessário casar no salão, meu sonho sempre foi casar no campo.
Um pouco antes de sair do salão, meu noivo me ligou e disse que o tempo estava muito fechado e que seria melhor a cerimônia ser realizada no salão, fiquei uns instantes muda e depois perguntei se estava garoando ou chovendo, como ele disse que não, mas que o tempo anuanciava chuva, eu pedi que eles mantessem a decoração lá fora e que caso começasse a chover eles poderiam transferir a cerimônia, ele ponderou que era arriscado e que se a transferência fosse ocorrer na hora os convidados teriam que esperar um pouco mais, mesmo assim pedi que ele fizesse da forma que pedi.
Não sei, mas acho que foi alguma inspiração divina que me fez manter a cerimônia lá fora, pois mesmo com tudo dizendo que seria ao contrário, não houve garoa nem chuva durante toda a cerimônia, estava um pouco frio, mas ninguém ficou molhado.
Resultado: a hora que eu e meu pai paramos em frente a passarela, pude ver todas as flores lindas junto com as árvores do campo e uma cascata de água cristalina que é fonte de renovação e vida, tudo isso com uma diferenciada iluminação lindissíma, que dava um toque todo especial e isso me deixou muito feliz, eu não sabia, sinceramente, que uma pessoa poderia ser tão feliz de uma só vez!
Então comecei a escutar a marcha nupcial e meu Pai perguntou:
- Você quer ir rápido ou devagar?
- Bem devagar, eu quero ver cada pessoa que está aqui.
Queria mesmo, olhar nos olhos de cada um e sorrir, em forma de agradecimento por estarem participando deste momento tão especial e de dizer que eles estavam ali por que são especiais para nós. Não chorei, nem um pouquinho a hora que estava entrando, nem fiquei como uma estátua olhando só para o noivo, consegui fazer o que tanto queria: curtir o momento e aproveitar todas as coisas, sem ficar nervosa e chorar o que atrapalharia todos os meus planos, eu queria me lembrar de todos e de toda a cerimônia.
Então na ponta da pequena escada que iria subir para chegar ao altar finalmente olhei para o meu noivo, ele estava lindo e olhava para mim com um olhar tão terno que aí foi a primeira vez que vei lágrimas nos meus olhos, consegui segurar, ele pegou minha mão e me deu um beijo na testa.
O Pastor começou a cerimônia, já em tom de brincadeira, dizendo o seguinte:
Para seguir o protocolo eu deveria perguntar se há alguém contra essa união, mas eu não vou perguntar, afinal ninguém tem nada haver com isso. Pois quando entrei aqui e fiquei a espera da cerimônia começar pude perceber que existe aqui uma grande torcida por vocês, todos esperavam anciosamente que o casamento acontecesse....
O clima era esse mesmo, pude perceber todos emocionados e confiantes torcendo por nós a hora que estava entrando e durante toda a cerimônia, que foi belíssima, guiada pelas palavras de amor do Pastor, que durante a festa me confessou que já realizou centenas de cerimônias de casamento em toda sua vida, mas que nunca havia se emocionado como se emocionou em nossa cerimônia.
Na hora da troca de alianças pude perceber que ao contrário de mim, o noivo estava nervosisssímo, tanto que na hora que ele me estendeu a mão para que eu colocasse a aliança em seu dedo, me deu a mão errada, como eu olhava bem nos seus olhos não prestei muita atenção na mão, então coloquei a aliança na mão errada, mas depois consertamos, mas uma história pra contar, não é mesmo!
Bom quando fomos cumprimetar nossoa padrinhos foi uma grande emoção pois ali estavam pessoas que nós realmente amávamos de todo nosso coração, mas o momento que me emocionei mais foi quando abracei meu pai, agarrei ele bem forte e ele me disse no ouvido:
- Filha, não vou falar nada.
Eu também nem abri minha boca né, porque se eu fosse falar "A" que fosse, eu abriaria a boca a chorar, então mais uma vez tive que me segurar.
Na saída optei por tocar uma música bem alegre (Kiss Me - Sixpeance None The Richer) para que todos se sentissem como nos sentiamos e também preparassem o espiríto para a festa. Durante todo o trajeto de saída, os convidados jogaram em nós o arroz que eu distribui nos saquinhos.
Havia combinado com a cerimonialista que cumprimentaria os convidados no salão de festas, mas nem eu e nem ela conseguiu evitar e pois todos já estavam me esperando na saída, pois todos estavam anciosos para nos felicitar.
Depois de toda a confusão dos cumprimentos é que pude olhar para o Kleber:
- Agora você é minha.
- E você é meu.
- Eu te amo.
- Eu também.